quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ONG - Projeto Enxame - HISTÓRICO


Saiba mais sobre a ONG:

O Enxame é um Projeto Social que surgiu em agosto de 2000 e tornou-se ONG em dezembro de 2001 e atua na comunidade do MUCURIPE, fundado pela Socióloga Glória Diogenes. Atualmente coordenado por artistas e arte educadores da comunidade do Mucuripe. Em 2011 o Projeto comemora 10 anos com uma programação especial!
Tem como principal parceiro o Instituto Ayrton Sennna, desde 2001.
O Enxame tem como missão desenvolver ações de arte-educação, com foco nas linguagens do Hip Hop (RAP, Break, Grafite), como elemento de ressignificação de crenças, valores e atitudes. O público alvo do Enxame é de Jovens e Adolescentes. Recentemente iniciado o trabalho com crianças (na faixa de idade da pré-adolescência, entre 9 e 12 anos).


Além das Oficinas de RAP, Break, Grafite... o Enxame realiza eventos culturais como campeonatos de Break  ("Enxame de Bboys"), festival de música, etc.

O que é o Enxame? Como Surgiu?
Clique e conheça nossa história!




 O Enxame é uma Organização Não-Governamental que desde 2001 atende jovens e adolescentes da área do Grande Mucuripe, periferia de Fortaleza. Foi fundado em setembro de 2000 pela socióloga Glória Diógenes (profa. doutora da UFC) e tornou-se ONG em dezembro de 2001 com um trabalho destinado a 25 adolescentes (hoje são atendidos 100 jovens) da periferia dos bairros do Mucuripe, Castelo Encantado, Favela Verdes Mares, Serviluz, Praia do Futuro e adjacências. 
O Enxame, a partir da missão de utilizar a arte-educação como meio de re-significação de si, do outro e de re-codificação da noção de direitos e cidadania no campo da cultura e da violência juvenil, atua com jovens e adolescentes que se encontram em situação de conflito com a Lei e com as normas sociais. O Projeto trabalha a arte-educação com os elementos e códigos já utilizados por estes jovens em suas vivências dentro de seu contexto sócio-cultural. As oficinas oferecidas são de: grafite (representando uma pichação artística), break (dança que simboliza as brigas de gangues), RAP (uma forma de expressar, cantando, e de re-elaborar vivências cotidianas de uma classe excluída), estilismo (que trabalha a imagem corporal, o conceito de belo, de moda fora dos ideais normativos), teatro (que revê a gestualidade, a postura e a noção de espaço e de dramatização dos fatos da vida) e Oficina da Palavra (espaço para expressar, verbalmente e através da escrita, a violência cotidiana sofrida, sentimentos de abandono, de rejeição e preconceito).
Durante quatro anos (1994-1998), Glória Diógenes realizou sua tese de doutoramento pesquisando gangues, galeras e o Movimento Hip Hop. Posteriormente, com o apoio do CNPq, uma pesquisa nos bailes funk e nas torcidas organizadas de futebol fez nascer o Enxame.
Durante a atividade de pesquisa, houve uma aproximação das várias posses do Movimento Hip Hop em Fortaleza e foi observado que parte dos seus integrantes eram ex-pichadores. Tendo em vista que as galeras de rua  possibilitam um modo de se fazer ver, de ganhar destaque nos espaços iluminados da esfera pública, de pichar como forma de  retomar e ocupar o coração da cidade, lugar do qual foram banidos, o grafite possibilita novas formas de visibilidade na cidade. De modo geral, entendemos que os jovens transgressores podem ter as artes visuais como um modo de enunciação de si, do grupo e de reconhecimento do outro. A violência é uma força às avessas. Desse modo, canalizar a força da  violência através das artes visuais se coloca como estratégia central da linha pedagógica do Enxame.

Nessa perspectiva, a força, a criatividade, a coragem e a ousadia, utilizadas nos atos de delinqüência, devem ser identificadas, percebidas e motivadas através de vocações e potenciais diversos dos jovens envolvidos no projeto. Desse modo, canalizar a força da violência, através das artes se coloca como estratégia central da linha pedagógica do Enxame. O Projeto trabalha a arte-educação com os elementos e códigos já utilizados por estes jovens em suas vivências dentro de seu contexto sócio-cultural, portanto, as linguagens artísticas que compõem o movimento Hip Hop são a nossa via de acesso ao jovem: a música (RAP), as artes visuais (Grafite), a dança e expressão corporal (Break e Teatro) e a voz do jovem (Oficina da Palavra).
Trabalhamos a partir da idéia de que apenas compreendendo a produção de sentidos dos jovens acerca de suas histórias de vida, das suas percepções sobre o uso de drogas, a sedução de “fazer enxame” com as galeras, de protagonizar cenas heróicas de pichações, de adentrar becos, guetos e “bocadas” de tráfico e violência é que poderemos re-significar esses valores e experiências. Deste modo, a Metodologia da Re-significação centra-se na idéia de que as experiências vivenciadas no campo da produção artística re-significam valores e instituem novos campos de sociabilidade juvenil. Parte do pressuposto de que devemos sim construir novos sentidos, novos destaques e novos impactos na arte de fazer enxame: sendo reconhecidos através de um grafite, de uma apresentação de break, de um show de RAP, de um espetáculo de teatro; permeando assim os campos de sociabilidade já instaurados e re-criados com novos matizes. Entendemos a juventude a partir de um contexto mais amplo, como diz o slogan do Programa Educação pela Arte do Instituto Ayrton Senna: Jovem não é problema jovem é solução!